A empregabilidade é composta por um conjunto de seis fatores que sustentam a nossa capacidade de prestar serviços
Todos nós, profissionais, precisamos trabalhar e ganhar dinheiro. Para isso, é essencial entender que estamos no mercado de trabalho, que é constituído das possibilidades de resolver esta necessidade. Há 20 anos, divulgo o conceito de empregabilidade e hoje estou difundindo a empregabilidade 4.0, em função de todas as transformações do mundo dos negócios que impactam as relações de trabalho.
Mesmo na sociedade do conhecimento, mesmo na revolução tecnológica que está acontecendo, há certos fatores ligados a trabalhar e ganhar dinheiro que são permanentes. E isto faz parte do conceito de empregabilidade, que eu tenho apregoado, que é a condição de ser contratável para qualquer modelo de negócio e qualquer modelo de trabalho, enfrentando as transições que vamos ter com cada vez mais frequência na vida profissional.
Uma relação de trabalho, hoje, dura o tempo que for necessário para resolver o problema que o profissional foi contratado para resolver e, há muito tempo, isso vem mudando o conceito do contrato de trabalho, o jeito de trabalhar e as formas pelas quais o trabalho é contratado.
Para mim, empregabilidade é um conjunto de fatores que sustentam a nossa capacidade de produzir serviço. Gosto de usar essa definição, pois ela faz com que o profissional entenda que ele é um prestador de serviços para os outros.
Com isso, percebendo que são os outros que justificam o seu trabalho – a sua profissão – e que ao compreender as necessidades dos outros para oferecer uma solução, ele terá trabalho e remuneração sempre, seja com emprego, como consultor, como fazedor ou seja como for! Como autônomo, empreendedor individual, constituindo uma pequena ou uma média empresa de prestação de serviços.
Essa condição é do profissional! Se ele investir no fortalecimento, na expansão dessa condição, terá mais segurança (previdência) de ter trabalho a vida inteira. Isso é parte da “Administração da Empresa Individual de Prestação de Serviço”, que é um jeito que o profissional tem de tratar a sua capacidade profissional. Ele é, individualmente, um provedor de solução. Uma empresa de prestação de serviço que tem algo bom para alguém que tem um problema.
No conceito que divulgo há pelo menos 20 anos, essa condição ultrapassa a capacitação técnica. Na realidade para que ela seja segura, previdente, o profissional precisa manter seis fatores, que constituem um modelo de empregabilidade que uso na Lens & Minarelli e relatei no livro com mesmo título, que já está na 26ª edição, disponível também na versão digital.
Os seis pilares da empregabilidade são (1) adequação vocacional, (2) competência profissional, (3) idoneidade, (4) saúde física, mental e espiritual, (5) reserva financeira e (6) relacionamentos.
Primeiro, é preciso ter trabalho alinhado com a vocação. Depois, é necessário ter competências para competir no mundo competitivo. Competências técnicas, em primeiro lugar, mas também de comunicação e relacionamento, de uso da tecnologia, competências mercadológicas, ligadas ao marketing, que devem ser praticadas por quem está no mercado de trabalho, precisa vender o seu peixe e precisa ter emprego, trabalho ou contrato.
Enfatizo muito a necessidade de evolução do software mental dos funcionários que foram “empregados” até agora para o novo status, mais conveniente, que é o de prestador de serviços. E, nesse sentido, que o profissional que sabe fazer o marketing e desenvolver a “sua marca”, fazer propaganda de si próprio, “vender bem o seu peixe”, tem mais chances no mercado do que outros profissionais, que precisam do emprego, do chefe e do salário.
Além desses dois fatores, eu também digo que é preciso ter saúde física, mental e fé: saúde da ferramenta de você ir, vir e trabalhar, que é o seu corpo, assim como a saúde das emoções, para se relacionar emocionalmente e a saúde da fé, que dirige seus hábitos e as suas crenças, pois “é preciso crer para ver”.
Também coloco como fator importante da empregabilidade, a idoneidade, pois a maior parte das pessoas que compram serviço querem ter segurança, advinda da confiança inspirada pelo prestador de serviço, pelo profissional.
O penúltimo fator é a reserva financeira. Pois como as pessoas terão várias transições e, entre um cliente e outro, entre um emprego e outro, há uma demora, é preciso ter dinheiro para pagar as contas nesse período.
É preciso ter dinheiro também para investir nas atualizações de trabalho, como seus equipamentos, seu smartphone, seu notebook, sua conta de banda larga, assim como para atualização de informações e conhecimento, para que o profissional esteja sempre em dia com o “estado da arte”.
O sexto fator, não menos importante que os anteriores, é o capital social que advém do networking, que eu defendo ser, antes de uma técnica, uma “atitude de genuíno interesse pelas outras pessoas”. Essa atitude leva à construção e fortalecimento de uma rede que protege, dá acesso, bem como cria oportunidades que vem de pessoa para pessoa, especialmente em época de escassez.
“Quem tem créditos genuínos na sua rede de relacionamento, tem acesso a quem decide, tem colaboração, tem ajuda para conseguir trabalho e para conseguir espaço no mercado.”
Os seis critérios que descrevi são conjugados. São como pernas de uma mesa ou pilares de uma construção, que precisam ser observados com igual cuidado, porque se um deles estiver em falta é ali que o profissional vai ter dificuldade.
Na próxima semana, escreverei um pouco mais sobre este assunto. Falarei mais sobre a importância do networking ser realizado com “genuíno interesse nas pessoas” e de como essa é a melhor forma de manter, ajudar e ser ajudado pela sua rede de contatos.
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Um abraço
José Augusto Minarelli
minarelli@lensminarelli.com.br